Como lidar com pessoas que têm depressão, ansiedade e fobia

 Há uma dificuldade que verifica-se muito aqui em nossa sociedade, pois não estamos muito acostumados a lidar com problemas emocionais ou psiquiátricos. O que é transtorno emocional? O que é depressão, ansiedade, fobia ou qualquer outra anormalidade psicológica?

Bom, primeiro precisamos dividir os transtornos mentais em dois grande grupos: psicoses e neuroses.

Neurose: se refere a manifestações que ocorrem nas estruturas mentais e que pode ser manifestada por histerias, obsessões e compulsões. Ela está relacionada também a uma forma da pessoa ser e de reagir à vida ou a uma reação aumentada do sistema nervoso ligada a uma experiência vivida anteriormente.  

Psicose: é um distúrbio da percepção da realidade; estado de psicose se caracteriza pela agitação, agressividade, impulsividade e outras alterações do comportamento.

Um distúrbio neurótico pode ser qualquer desequilíbrio mental que causa ou resulta em angústia. Em geral, as condições neuróticas não prejudicam ou interferem com as funções normais do dia a dia, porém criar sintomas comuns de depressão, ansiedade ou stress. Embora cause tensão, não interfere com o pensamento racional ou com a capacidade funcional da pessoa. Acredita-se que a maioria das pessoas sofre de algum tipo de neurose como uma parte da natureza humana.

Psicose, ou uma desordem psicótica refere-se a qualquer estado mental que prejudica o pensamento, percepção e julgamento. Episódios psicóticos podem afetar uma pessoa com ou sem uma doença mental. A pessoa que experimenta um episódio psicótico pode ter diversos sintomas, como alucinações, paranoia, e até experimentar uma mudança na personalidade.

Agora, vamos definir a depressão, ansiedade e fobia.

Depressão: é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o "Mal do Século". No sentido patológico, há presença de tristeza, pessimismo, baixa auto-estima, que aparecem com freqüência e podem combinar-se entre si. A depressão provoca ainda ausência de prazer em coisas que antes faziam bem e grande oscilação de humor e pensamentos, que podem culminar em comportamentos e atos suicidas. 

Ansiedade: é caracterizada como um sentimento de preocupação, quando em excesso, se torna uma doença. Este quadro faz com que a pessoa apresente sintomas de angústia e medo extremo diante de situações simples da rotina.

Fobia: é um tipo de perturbação da ansiedade caracterizado por medo ou aversão persistente a um objeto ou uma situação. Nomeadamente, chegam a causar um tal medo esmagador e debilitante desse algo, que leva a que o indivíduo fóbico organize a sua vida baseado na evicção daquilo que lhe causa esse medo.

Como lidar com pessoas com esses transtornos?

A depressão não é um transtorno simples, que pode ser superada sem ajuda. Mas é completamente tratável. No início do tratamento, há um período de adaptação e pode ser difícil enxergar um horizonte. Mas é importante lembrar à pessoa deprimida de que, na grande maioria dos casos, o tratamento funciona. Ou seja, uma hora ela vai se sentir melhor.

Não ignore comentários suicidas

Existe uma ideia muito difundida em Angola que diz que “quem vai se matar não avisa ou tenta, apenas se mata”. Isso é completamente falso. De acordo com Luiz Scocca, metade das pessoas que tentam se suicidar realmente conseguem. Além disso, 35% das tentativas mal-sucedidas são realizadas de novo dentro de um ano.

Portanto, nunca ignore um comentário sobre suicídio. Pelo contrário, leve-o a sério. Nesse caso, o que você pode fazer é conversar com a pessoa sobre isso e estimulá-la a procurar ajuda profissional o quanto antes. Avisar o terapeuta ou o psiquiatra responsável pelo caso também é uma saída.

Além de nunca ignorar um comentário suicida, não atrapalhe o andamento do tratamento. Isso significa não insistir em concepções falsas sobre a depressão, como a ideia de que é frescura ou uma tristeza passageira. Negar a existência da doença também é perigoso, assim como refutar automaticamente um comentário sobre suicídio.

O ideal, portanto, é oferecer o seu apoio com responsabilidade.


Psic. Fabio de Sousa Candido

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