Actuação do Psicólogo na reabilitação de doentes com Síndrome de Parkinson

 A doença de Parkinson é neurodegenerativa com maior índice entre os indivíduos da terceira idade, provocando tremor, rigidez e instabilidade postural. Não existe etiologia que defina a ocorrência da degeneração, no entanto, sabe-se que ocorre uma diminuição na produção da dopamina. Sintomas como tremor, lentidão de movimentos, fala sussurrada e baixa, perda de expressão facial, dificuldades para andar, entre outros podem causar um grande impacto psicológico em um indivíduo com Parkinson. Quando o tremor é o sintoma predominante, esconder é a tendência usual dos parkinsonianos, possivelmente devido aos olhares curiosos das outras pessoas. Dificuldades no movimento também é um agravante. Por causa disso, muitos se excluem e se isolam da convivência de outras pessoas.

O acompanhamento psicológico é fundamental e importante para melhorar a qualidade de vida. Autoconhecimento e reconhecimento da necessidade de ajuda não é sinal de fraqueza, mas sim de coragem para enfrentar um problema, seja qual for. Além da psicoterapia, a intervenção farmacológica com medicamentos ansiolíticos e/ou antidepressivos pode ser um grande auxilio para melhorar o estado emocional do paciente.

Sentimentos como raiva e frustração podem ser indicativos da importância de entendimento e cooperação para ajudar os pacientes e familiares a se adaptarem às mudanças necessárias. Relatar para seu médico e/ou terapeuta para obter informações sobre qualquer sintoma que seja confuso, frustrante e, até mesmo, assustador, permitirá que os pacientes e seus familiares tenham melhores condições de entendê-los e conhecer as perspectivas, trazendo maior confiança para lidar com eles.

 É comum pacientes relatarem ter medo, depressão, estresse, ansiedade, às vezes, decorrentes da medicação utilizada para suprir a escassez da dopamina no cérebro, como também, decorrente dos sintomas e sua evolução.

O papel do psicólogo no acompanhamento de pessoas com Doença de Parkinson é de grande eficácia, pois o seu papel neste processo de intervenção pode garantir um controle no uso da medicação e promover melhoria no cotidiano tanto do portador da doença como nos seus cuidadores, mas é preciso que haja um trabalho interdisciplinar com auxílio de profissionais como fisioterapeutas, nutricionistas, médicos, enfermeiros e outros, para que juntos possam proporcionar uma melhora significativa na vida do paciente.

O Acompanhamento psicológico dos pacientes com Parkinson se faz importante pelo entendimento do quadro emocional do paciente e seu grupo de apoio, bem como, esclarecimento e preparação para as diversas etapas do tratamento, pois muitas dúvidas, ansiedades, medos, bloqueios e limitações fazem parte de todas as etapas do processo. 

O acompanhamento inicia após a consulta com o neurocirurgião, onde começa o entendimento do quadro clínico físico com uma escuta diferenciada do histórico e das questões emocionais que envolvem a Doença de Parkinson. Após começa a preparação do paciente e de seu grupo de apoio para as etapas do tratamento, iniciando com as avaliações pré operatórias. Após esta etapa, passamos aos preparativos cirúrgicos e acompanhamento hospitalar no dia da cirurgia. No pós operatório trabalharemos o início de um novo ciclo de vida, o qual também tem seus ajustes, manutenções, controle de ansiedade e aceitação de desafios e limitações.

Toda essa preparação faz parte do trabalho do Psicólogo para que o paciente passe por todas as etapas do processo entendendo e lidando com as questões físicas e, principalmente, as emocionais sem sofrimento.

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