Gatos podem memorizar nome de pessoas e de outros gatos?

 

Estudo diz que gatos sabem os nomes uns dos outros e das pessoas com quem convivem

16/05/22 14h59

Imagem: Nils Jacobi - Shutterstock

Nos últimos anos, cientistas vêm provando que os gatos realmente se conectam profundamente com os seres humanos, diferentemente do que muitas pessoas acreditam. Essas criaturas complexas conseguem se comunicar conosco e até rastreiam nossos movimentos quando não estamos por perto.

Gatos são capazes de aprender os nomes uns dos outros e das pessoas com quem convivem. Imagem: YAKOBCHUK VIACHESLAV – Shutterstock

Ainda mais surpreendentemente é o fato de que eles podem reconhecer seus próprios nomes (uma habilidade que nós associamos principalmente aos cães). Agora, novas abordagens mostram que essa capacidade felina vai muito além do que podemos imaginar.

Um novo estudo, conduzido por pesquisadores japoneses e publicado no jornal Scientific Reports, aponta que, além de saber seus próprios nomes, os bichanos também parecem memorizar e reconhecer os nomes de outros gatos com os quais são familiarizados e também das pessoas com quem convivem.

Para algumas pessoas, isso pode soar um pouco estranho, mas se os cães podem ser treinados para lembrar os nomes de centenas de coisas diferentes, talvez essa habilidade não devesse ser tão surpreendente nos felinos.

“O que descobrimos é surpreendente”, afirmou o pesquisador de ciência animal Saho Takagi, da Universidade de Azabu, no Japão, em entrevista ao site Asahi Shimbun. “Quero que as pessoas saibam a verdade. Os felinos não só parecem ouvir as conversas das pessoas, como, na verdade, prestam atenção”.

Takagi e sua equipe analisaram gatos que moravam em casas junto com outros felinos e aqueles que viviam em ‘cafés de gatos’, locais no Japão e outros países asiáticos que funcionam como abrigos para esses animais, onde os visitantes podem interagir com eles.

Gatos que vivem em estabelecimentos chamados “cat cafés”, comuns em países asiáticos, têm mais dificuldade de associar nomes. Imagem: Phatthanun.R – Shutterstock

Nos testes, os pesquisadores mostravam aos animais uma imagem na tela do computador de um gato familiar da mesma casa/café (chamado de “gato modelo”). Enquanto a imagem era exibida, uma gravação da voz do proprietário dizia o nome do gato modelo em voz alta (chamado de “condição congruente”) ou dizia um nome diferente (“condição incongruente”).

Gatos de abrigos têm mais dificuldade em associar nomes

O que a equipe descobriu foi que animais de residências passaram mais tempo olhando para a tela do computador durante a condição incongruente, talvez porque estavam desconfiados ou intrigados com a incompatibilidade da imagem e nome do gato modelo.

No entanto, o mesmo comportamento não foi detectado nos animais dos abrigos, talvez porque viviam em habitações com inúmeros outros gatos (não apenas alguns), e, como resultado disso, estivessem menos familiarizados com o gato modelo escolhido e seu nome.

“Apenas gatos domésticos anteciparam um rosto específico de gato ao ouvir o nome do gato, sugerindo que eles combinavam com o nome do gato de estímulo e o indivíduo específico”, escrevem os pesquisadores em seu artigo. “Ao ouvir o nome de um gato, os sujeitos esperavam o rosto correspondente”.

Segundo o Science Alert, a equipe acredita que esses bichos provavelmente aprendem esse tipo de associação de nomes observando interações de terceiros em casa, e é possível que animais que vivem em cafés de gatos – cercados por potencialmente dezenas de bichanos, além do fluxo de humanos desconhecidos entrando no estabelecimento – não têm as mesmas oportunidades de aprender socialmente os nomes uns dos outros.

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